Polêmica sobre romance de Ellie e Dina divide fãs em novo episódio de The Last of Us

A recente exibição de The Last of Us trouxe um momento aguardado por muitos: o romance entre Ellie e Dina finalmente se concretizou. Após quatro semanas de tensão e expectativa, as duas personagens compartilharam uma cena íntima que marcou o início oficial de seu relacionamento na série da HBO. No entanto, a adaptação tomou rumos diferentes do jogo original, gerando reações mistas entre o público. Ao invés de começarem já como um casal, como ocorre em The Last of Us Part II, a série optou por um arco prolongado de aproximação, levando os fãs a questionarem se o casal realmente se uniria.
Com a confirmação do romance e a revelação de uma gravidez, o episódio apresentou uma nova fase para Ellie e Dina, agora vivendo em harmonia com planos de criar uma criança juntas. Apesar de parte dos espectadores ter se emocionado com a ternura da cena, outros expressaram frustração com as mudanças criativas feitas pelo showrunner Craig Mazin. A maior crítica está na suavização do enredo original, onde o relacionamento era construído em meio ao trauma e à dor, especialmente após a morte de Joel, o que dava uma profundidade emocional mais intensa à trama.
No jogo, o romance de Dina e Ellie se desenvolve de forma mais orgânica, cercado por pequenos momentos de cumplicidade, mas também de tensão. A descoberta da gravidez de Dina — fruto de um relacionamento anterior com Jesse — acontece em um momento crítico da jornada, causando um forte conflito entre as duas. Ellie, tomada pela frustração e obcecada por vingança, reage de maneira ríspida, chamando a companheira de “fardo” durante uma discussão acalorada. O diálogo é importante para mostrar como a sede de justiça começa a consumir Ellie, tornando-a cada vez mais insensível e instável emocionalmente.
Já na versão da HBO, essa mesma revelação é tratada com leveza e até humor. Ellie se mostra empolgada com a ideia da maternidade, surpreendendo até os fãs mais acostumados com sua personalidade sombria. A interpretação carismática de Bella Ramsey ajudou a suavizar a cena, que rapidamente virou meme nas redes sociais. No entanto, essa mudança de tom desagradou parte do público. Comentários no TikTok, como os dos usuários tambor, char e Invader, apontam a falta de desenvolvimento dramático e a sensação de que a série está evitando retratar os protagonistas sob uma luz negativa.
Essas críticas não são novas. Desde a primeira temporada, a série vem sendo acusada de tentar justificar ou suavizar as ações mais controversas de personagens como Joel. A introdução da história de Abby na segunda temporada, por exemplo, parece ter sido moldada para humanizá-la logo de início, talvez como resposta à polêmica que a personagem gerou no lançamento do segundo jogo. Esse padrão se repete com Ellie, cuja jornada no jogo é marcada por escolhas brutais e consequências devastadoras — elementos que, até agora, a série tem preferido minimizar.
A ausência do confronto emocional entre Ellie e Dina neste ponto da história levanta dúvidas sobre como a série lidará com os momentos mais sombrios que estão por vir. Se até aqui o roteiro hesita em mergulhar nos dilemas morais e nos traços mais duros da protagonista, o que esperar das decisões difíceis que a aguardam em Seattle? Ainda há muito pela frente, mas esse episódio acendeu o debate sobre até onde a HBO está disposta a ir para manter seus personagens agradáveis ao público geral.
Mesmo assim, um momento de respiro pode ser bem-vindo após episódios pesados e emocionantes. Os fãs mais esperançosos devem aproveitar o clima de felicidade entre Ellie e Dina enquanto dura — porque, se a adaptação seguir o material original, a calmaria logo dará lugar a novas tragédias.