O mundo se despede do Papa Francisco: um legado de humildade e amor aos pobres
Com profundo pesar, o Vaticano anunciou hoje a morte do Papa Francisco, aos 88 anos. O primeiro pontífice latino-americano da história, Jorge Mario Bergoglio, partiu nesta manhã, deixando para trás uma vida inteira dedicada à fé, aos mais necessitados e à renovação da Igreja Católica.
“Com o coração apertado, comunicamos que nosso amado Santo Padre Francisco retornou à casa do Pai”, dizia o comunicado oficial, divulgado comovido. “Sua vida foi um testemunho de amor, serviço e devoção a Deus e à humanidade.”
Nos últimos meses, sua saúde já demonstrava fragilidade. Após uma longa internação de 37 dias devido a complicações respiratórias, Francisco surpreendeu o mundo ao aparecer no Domingo de Páscoa, abençoando milhares de fiéis na Praça de São Pedro com um sorriso sereno, mesmo debilitado. Era sua última bênção pública.
Uma despedida simples, como ele sempre quis
Seguindo seu desejo por simplicidade, o funeral será realizado na Basílica de São Pedro, mas sem os tradicionais catafalcos que elevavam os papas em vida e morte. Francisco pediu para ser velado em um caixão simples, longe de pompas excessivas, e ser enterrado na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma – um gesto que rompe com séculos de tradição, mostrando mais uma vez seu desejo de estar próximo do povo, e não dos palácios.
A saúde que já não o sustentava
Nos últimos anos, Francisco enfrentou dores e limitações físicas que não o impediram de continuar sua missão, mas tornaram sua jornada mais difícil. Em 2022, apareceu publicamente em uma cadeira de rodas devido a uma lesão no joelho, mas brincou: “Não posso caminhar, mas posso ainda amar.”
Em 2023, uma inflamação pulmonar o impediu de participar da COP28, e em 2025, uma bronquite grave o levou a ser internado novamente. Mesmo assim, até seus últimos dias, manteve a firmeza de espírito que marcou seu pontificado.
O pastor que veio “do fim do mundo”
Quando a fumaça branca subiu em 2013, o mundo conheceu um papa diferente. Vestindo uma batina simples, sem ostentação, Francisco surpreendeu ao se apresentar com um tímido “Boa noite” e um pedido humilde: “Rezem por mim.”
Seu nome não foi escolhido por acaso. Inspirado em São Francisco de Assis, o santo dos pobres, ele sonhava com “uma Igreja pobre, para os pobres”. E cumpriu essa promessa. Foi o papa que lavou os pés de detentos, abraçou refugiados e denunciou a indiferença do mundo diante do sofrimento alheio.
A pandemia e o papa solitário sob a chuva
Em meio ao caos da covid-19, uma imagem jamais será esquecida: Francisco, sozinho, caminhando sob a chuva na Praça de São Pedro vazia, rezando por um mundo assustado. Naquele momento, ele se tornou mais do que um líder religioso – foi um farol de esperança para milhões.
O legado que permanece
Francisco deixa uma Igreja mais humana, mais próxima das periferias existenciais, mais aberta ao diálogo. Seu pontificado foi marcado por gestos de fraternidade, pela defesa dos excluídos e por uma coragem incansável de dizer: “Quem sou eu para julgar?”
Hoje, o mundo chora. Mas também celebra a vida de um homem que, até o fim, acreditou no poder do amor e da misericórdia.
“Não se esqueçam dos pobres.”
Essa foi sua última lição. E seu eterno legado.
Descanse em paz, Papa Francisco.