“O Agente Secreto” brilha em Cannes e entra na rota do Oscar 2026: entenda o impacto dos prêmios de Wagner Moura e Kleber Mendonça Filho

O cinema brasileiro vive um momento histórico. Neste sábado (24), o filme “O Agente Secreto” conquistou dois prêmios de grande relevância no Festival de Cannes 2025, um dos eventos cinematográficos mais importantes e influentes do mundo. Wagner Moura foi consagrado como Melhor Ator e Kleber Mendonça Filho levou o troféu de Melhor Diretor, consolidando ainda mais seu prestígio internacional.

Esses reconhecimentos não apenas elevam o status do longa-metragem, como também potencializam sua trajetória rumo ao Oscar 2026. Embora a vitória em Cannes não seja garantia de indicação à premiação da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, é inegável que o festival francês serve como um dos principais termômetros para o Oscar.

O peso do Festival de Cannes na corrida ao Oscar

Historicamente, Cannes é considerado uma vitrine global de excelência artística, revelando obras que posteriormente brilham nas temporadas de premiações americanas. Filmes premiados na Croisette frequentemente ganham força no circuito internacional, sendo lembrados por críticos e votantes do Oscar.

Embora “O Agente Secreto” não tenha levado a cobiçada Palma de Ouro — que neste ano ficou com “A Simple Accident”, do cineasta iraniano Jafar Panahi —, os prêmios de atuação e direção são conquistas expressivas que projetam o filme para um público mais amplo, inclusive nos Estados Unidos.

Para o Oscar, o caminho ainda é longo. O filme deverá ser submetido à seleção da Academia Brasileira de Cinema para representar o país na categoria de Melhor Filme Internacional. Além disso, poderá pleitear indicações em categorias gerais, como Melhor Direção e Melhor Ator, dependendo do apoio das campanhas e da receptividade dos votantes.

Históricos de Cannes que chegaram ao Oscar

O impacto dos prêmios conquistados em Cannes não pode ser subestimado. Casos recentes comprovam a relação entre as duas premiações. Em 2019, Antonio Banderas foi premiado como Melhor Ator em Cannes por “Dor e Glória” e acabou sendo indicado ao Oscar na mesma categoria no ano seguinte. Embora não tenha levado a estatueta, a indicação reforçou sua posição como um dos grandes desempenhos daquele ano.

O mesmo ocorreu com o diretor polonês Paweł Pawlikowski, vencedor do prêmio de Melhor Direção em Cannes 2018 com “Guerra Fria”. No Oscar de 2019, o cineasta concorreu a Melhor Direção, enquanto seu filme foi indicado a Melhor Filme Internacional.

O exemplo mais emblemático, porém, é o de Adrien Brody, que, em 2003, conquistou o prêmio de Melhor Ator em Cannes e, posteriormente, o Oscar pelo mesmo papel, em “O Pianista”, de Roman Polanski.

Esses precedentes mostram que a conquista de Wagner Moura e Kleber Mendonça Filho em Cannes é, sim, um passo relevante na trajetória internacional de “O Agente Secreto”.

O filme: um thriller político brasileiro de repercussão internacional

“O Agente Secreto” é ambientado durante a ditadura militar no Brasil e acompanha a história de um professor que se muda para o Recife, onde acaba descobrindo que está sendo espionado. Com uma narrativa densa e um olhar crítico sobre a repressão política, o longa foi descrito por veículos internacionais como “thriller maravilhoso”, “obra-prima” e “monumental”.

A direção precisa e sensível de Kleber Mendonça Filho — que já havia se destacado com obras como “Aquarius” e “Bacurau” — confere ao filme uma identidade singular, misturando tensão política, drama humano e um forte componente regional, valorizando a cultura pernambucana e nordestina.

Em seu discurso ao receber o prêmio de Melhor Diretor, Kleber fez questão de agradecer ao público brasileiro: “Eu queria mandar um abraço para todo mundo que está vendo no Brasil, especialmente para Recife e Pernambuco”, destacou, emocionado.

Primeira vez: Brasil conquista dois prêmios em uma mesma edição de Cannes

A vitória de “O Agente Secreto” também marca um feito inédito: é a primeira vez que o Brasil conquista dois prêmios em uma mesma edição do Festival de Cannes. Essa dobradinha histórica coloca o cinema nacional em evidência como nunca antes.

Wagner Moura, conhecido internacionalmente por trabalhos como “Tropa de Elite” e a série “Narcos”, consagra-se como um dos maiores atores brasileiros de sua geração, agora com reconhecimento oficial de Cannes.

O que esperar daqui para frente?

Com o fortalecimento do prestígio obtido em Cannes, “O Agente Secreto” poderá mirar outras premiações importantes no circuito internacional, como o Globo de Ouro e o SAG Awards. Essas competições também servem como barômetros relevantes para o Oscar.

Embora o filme não dispute o Festival de Veneza — uma vez que estreou em Cannes —, sua repercussão e aclamação já o colocam entre as produções que podem surpreender nas premiações do próximo ano.

A indústria cinematográfica brasileira comemora este momento histórico, que não apenas valoriza a qualidade artística de seus profissionais, mas também reforça o potencial de suas narrativas locais ganharem o mundo.

“O Agente Secreto” se consolida, assim, não apenas como um marco do cinema brasileiro contemporâneo, mas também como um forte candidato a figurar entre os principais filmes da temporada de premiações internacionais.

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